O corpo - Meditação

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Bom dia, gente!


Sempre tem alguém que serve de inspiração pra os meus posts, né? O de hoje foi meu amigo Allan "Jones" Dubeux. Ele estava me falando que não consegue executar Sukhasana, a postura fácil. A pessoa pensa: "Como assim, pô? É só sentar!". Tudo bem que ele tentou me mostrar como não consegue usando calça jeans e tênis, mas ele jurou de pé junto que não consegue - mesmo com uma roupa confortável. Inicialmente o papo me inspirou para mostrar algumas técnicas que conheço de meditação. Também rolou inspiração para falar sobre o fascinante e misterioso universo dos chakras, pois foi Allan que me mostrou três vídeos que explicam muito bem o que são e como funcionam (assistam aqui os vídeos 12 e 3). Mas, devido a "enormidade" da coisa, resolvi falar sobre esse assunto em outro post, em breve! Hoje irei citar bem superficialmente.


Bom, antes preciso fazer uma "pequena" parábola e falar sobre nosso instrumento mor: o corpo!

Muitas vezes o ioga é facilmente deixado de lado porque algumas pessoas acham que é difícil, tanto o entendimento como a execução dos ásanas. Ou, às vezes, não conseguem executar uma postura tão fácil (como o caso de Allan) e acham que não vão conseguir nunca, aí já perdem o interesse logo de cara. Enfim, preguiça, dificuldade inicial, falta de tempo, tudo é motivo para não praticarmos.

Mas o ioga não é apenas ásanas. O ioga se manifesta primeiramente pelas atitudes mentais. O início de tudo se dá quando você tem uma atitude de abrir o caminho e de aceitá-lo. Se o seu pensamento segue a linha de "não consigo agora, mas tentarei, sem violência, conseguir", parabéns! Você está dando os primeiros passos. E se alguém me perguntasse: "Marina, eu nunca meditei, nunca fiz ioga, mas gostaria de começar. Como eu faço?". Com toda a humildade, eu diria pra você começar a enxergar e entender o seu corpo sob outra perspectiva. Tudo que forma nosso corpo físico (orgãos, glândulas, terminações, pele, músculo, ossos etc.) funciona isoladamente, porém se revelam de forma integrada. Ou seja, o funcionamento de cada um reflete o estado de todos. Nosso organismo trabalha internamente e o que é externalizado em nosso corpo físico provém do equilíbrio (ou não) desse nosso organismo.

Os 7 chakras principais (de baixo para cima): Muladhara, Swadhisthana, Manipura, Anahata, Vishuddha, Ajña e Sahasrara.


"A conexão entre o denso e o sutil no organismo humano ocorre através dos condutores intermediários que são ligados aos órgãos do sentido e aos órgãos da ação. Através do Yoga treinamos ambos os tipos de órgãos para adotar uma disciplina e ajudar o corpo a se tornar verdadeiramente ativo. O Yoga faz o praticante o melhor amigo do seu próprio corpo, órgão do sentido e da ação, e cria uma coordenação entre o lado esquerdo e direito do corpo, que normalmente não são coordenados, e sim alternados." (Centro de Yoga Vajrapani)

A palavra Chakra, em sânscrito, quer dizer "círculo em movimento" ou "rodas que giram". São basicamente centros de força vital sutil, chamada de sukshma prana ou prana sutil. Para os hindus o corpo inteiro é composto por três "camadas": Sthúla Sharíra (corpo físico denso), Súkshma Sharíra (corpo sutil) e Karana Sharíra (corpo causal).

** As informações abaixo foram retiradas do blog Yoga Shamkara **
  1. Sthúla Sharíra corresponde à matéria densa e é formada pela estrutura óssea, músculos, tecidos, células, etc. Sthúla sharíra também corresponde aos nossos órgãos sensoriais: ouvidos, olhos, pele, língua e nariz; pois são através desses órgãos que percebem os elementos densos que compõe o próprio corpo denso. 

  2. Súkshma Sharíra é a nossa matéria sutil, na qual não a vemos com os olhos físicos porém facilmente compreendemos as suas manifestações. Súkshma sharíra corresponde ao nosso corpo energético, pensamentos e conhecimento (vijñána máyá kosha); aos nossos cinco ares vitais, aos órgãos sutis de ação e percepção do mundo e pelo complexo mental chamado de antah karana e consciência. 

  3. Karana Sharíra é o corpo causal, a morada da espiritualidade dos seres. Nele reside a alma individual, o átman. É a própria energia existencial do aspecto da criação, de Brahman. É o corpo que dá o real sentido da existência pela ótica hindu e que é alcançada pela fé e confiança das escrituras e palavras dos gurus. Este estado de espiritualidade é vivenciado pela prática do Rája Yoga (compreensão do ser através da prática da meditação) e Bhakti Yoga (práticas devocionais).
 "As três camadas se interligam e uma acaba sendo uma escala para se alcançar o outro corpo."
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Tudo que ingerimos, pensamos e fazemos se refletem nesses três campos do prana. Legal, né? O Hatha Yoga une todos os meios utilizados para se alcançar o equilíbrio de cada um dos corpos: asanas (posturas), pranayamas (respiração), relaxamento (nidra), purificação (kriya), rája (meditação) e bhakti (devoção). Dá pra entender que não é apenas ficando de cabeça para baixo que você poderá alcançar grande evolução, né? Você pode até se sentir melhor de alguma forma, mas o caminho para a iluminação (samadhi) exige o que algo divino merece: disciplina, atenção, prática e zelo. As oito etapas do ioga mostram a que devemos nos ater em relação ao nosso corpo, mente e espírito. Pode parecer muito difícil no início, mas, com a prática persistente e disciplinada, acaba virando algo natural. 

[Fecha parabóla]

Bom, mas vamos lá né. O negócio é que são assuntos profundos para falar, mas eu senti essa necessidade pra dar uma dimensão do que estamos lidando quando fechamos os olhos e decidimos fazer uma viagem para dentro.

Meditação

"Meditação é o estado de não pensar, de manter a mente vazia, de estar em profundo silêncio, no qual você não ouve nada, nem os pensamentos. É um estado em que você fica quieto, porém totalmente desperto, totalmente atento."

Eu sempre tenho em mente concentração, força de vontade, persistência. Com isso irei evoluindo na minha prática de meditação. Tentem também!
  • Iniciem tentando fazer todos os dias por 5 minutos
  • É preferível não estar com o estômago cheio
  • Escolha um local tranquilo e sem barulho
  • Inspire e expire pelo nariz
  • Inspire enchendo o pulmão de ar, em seguida o abdômen, e expire esvaziando da mesma forma (primeiro o pulmão, depois o abdômen)
  • Concentre-se na sua respiração (Ao se concentrar na respiração, você está automaticamente voltando seu pensamento para o momento presente.)
  • Procure dispersar os pensamentos
  • Se você tiver dificuldade de executar alguma das posturas sentadas, faça sentado em uma cadeira, mantendo a coluna ereta e as palmas das mãos sobre as coxas.


Resumindo: devemos perceber mais o nosso corpo. Respeite seus limites, zele por ele, trate-o de forma divina. Isso não quer dizer que tudo será um mar de rosas, mas o autoconhecimento proporciona paz, entendimento, felicidade, mesmo quando nos encontramos em uma situação desagradável. Para muitos, isso pode ser menos importante do que resolver aquele problema, ou ir atrás daquela grana, por exemplo. Mas lembre-se que é por meio do nosso corpo que alcançamos nossos desejos e vontades. E muitas vezes são exatamente esses desejos e vontades que nos degradam, nos tornam fracos e incapazes de alcançar a meta.

Namastê.

Tenham um bom fim de semana!

M.F
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