De um modo geral, mudrá significa "gesto feito com as mãos". São utilizados nos asanas, nas meditações e nos pranayamas para criar uma conexão entre as energias de pólo negativo e positivo, além de contribuir nos asanas que exigem equilíbrio.
Existe uma centena de mudrás diferentes, mas os mais conhecidos são: añjali (ou prônam) mudrá, shiva mudrá, jñána mudrá, átman mudrá, e trimurti mudrá. Que estão mostrados respectivamente nas figuras abaixo.
Eu costumo usar bastante os três primeiros (prônam, shiva e jñána mudrá) e vou incluir outros mudrás nas minhas sequências pra depois ir contando por aqui. Os gestos tem representações bem interessantes, mas hoje eu vou falar só do primeiro. Ao longo dos posts vou comentando de outros mudrás :)
O prônam é um gesto de saudação. Na Índia é como se fosse nosso aperto de mão. No ioga, a mão de polaridade negativa totalmente unida com a mão de polaridade positiva tem o efeito de fechar o círculo de energia. Por isso ele é bastante usado no final das séries. Eu também gosto muito do ato de gratidão que obtemos com esse mudrá, quando nos inclinamos um pouco pra frente e levamos as mãos unidas na frente da testa. Então, gosto de iniciar minhas séries em tadásana (postura da montanha) e prônam mudrá. Passo alguns minutos assim em gratidão, preparando minha mente e acalmando minha respiração (porque às vezes a gente já acorda atacado, né?).
Esse mudrá também é ótimo para ajudar a equilibrar e alinhar o corpo.
Da sequência de hoje vou falar do Uttanasana (postura em pé com flexão para frente) e Natarajasana (postura do dançarino). Vamos lá!
Uttanasana - Postura do alongamento intenso para frente
Esse asana alonga todo o corpo e proporciona muita flexibilidade. As variações abaixo mostram como você deve executar esse asana de acordo com o seu limite. Se você não consegue alinhar as pernas completamente, vale deixar os joelhos semiflexionados, mas você deve ir tentando ao longo do tempo mantê-los alinhados, pois esse é um detalhe importante da postura. Comece do ponto que você consegue e com o tempo aprimore, sempre devagar e sem exagero.
Em pé com os pés unidos, inspire e levante lateralmente os braços para cima lentamente, com as palmas das mãos voltadas para dentro. Alongue bem e, expirando, flexione o tronco para frente levando o rosto em direção aos joelhos. Inspire e expire lentamente durante um tempo e volte lentamente, colocando as vértebras uma a uma no lugar e, por último, a cabeça. A flexão da coluna até os joelhos também deve ser aprimorada com o tempo. A dica é: a cada expiração, tente levar o tronco até as pernas um pouco mais.
Benefícios: alonga os isquiotibiais e as costas, ameniza a ansiedade, alivia dores de cabeça, melhora a digestão. Contraindicações: lesões na lombar, estiramento no isquiotibiais, ciática, glaucoma ou descolamento da retina.
Natarajasana - Postura do dançarino
Para executar o natarajasana, fique em pé e, apoiando bem a planta de um pé no chão, flexione e eleve lentamente o outro pé em direção a parte posterior da coxa e segure na altura da canela. Estire o outro braço para a frente e mantenha-o ereto. Para ajuda a equilibrar, fixe os olhos em um ponto e relaxe na posição. Se conseguir, vá lentamente inclinando para frente ao mesmo tempo que eleva a perna que está atrás. Se não conseguir, permaneça na variação mais fácil. Nesse asana nós fortalecemos pernas, coluna e desenvolvemos nosso equilíbrio emocional. E além de linda ela é uma homenagem ao deus hindu criador do yoga, Shiva (um de seus nomes é Nataraja), o grande dançarino.
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| Natarajasana e mãos em jñána |
M.F
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